segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Capitu: culpada ou inocente?




Selecionei trechos da obra que ajudam (espero) a responder a pergunta: Capitu traiu Bentinho?

José Dias, o agregado, para D. Glória, mãe de Bentinho (CAP. III):
D. Glória, a senhora persiste na idéia de meter o nosso Bentinho no seminário? É mais que tempo, e já agora pode haver uma dificuldade. […] Não me parece bonito que o nosso Bentinho ande metido nos cantos com a filha do Tartaruga, e esta é a dificuldade, porque se eles pegam de namoro, a senhora terá muito que lutar para separá-los.
- […] Em segredinhos, sempre juntos. Bentinho quase não sai de lá. A pequena é uma desmiolada; o pai faz que não vê. - Mas, Sr. José Dias, tenho visto os pequenos brincando, e nunca vi nada que faça desconfiar. Basta a idade; Bentinho mal tem quinze anos. Capitu fez quatorze à semana passada; são dois criançolas. Não se esqueça que foram criados juntos, desde aquela grande enchente, há dez anos, em que a família Pádua perdeu tanta coisa. [...]

Bentinho, sobre ele e Capitu, quando crianças (CAP. XI):
Em casa, brincava de missa, — um tanto às escondidas, porque minha mãe dizia que missa não era coisa de brincadeira. Arranjávamos um altar, Capitu e eu. Ela servia de sacristão, e alterávamos o ritual, no sentido de dividirmos a hóstia entre nós; a hóstia era sempre um doce.

Bentinho, sobre ele e Capitu, quando adolescentes (CAP. XIII):
Capitu chamava-me às vezes bonito, mocetão, uma flor; outras pegava-me nas mãos para contar-me os dedos. E comecei a recordar esses e outros gestos e palavras, o prazer que sentia quando ela me passava a mão pelos cabelos, dizendo que os achava lindíssimos. Eu, sem fazer o mesmo aos dela, dizia que os dela eram muito mais lindos que os meus.

Quando me perguntava se sonhara com ela na véspera, e eu dizia que não, ouvia-lhe contar que sonhara comigo, e eram aventuras extraordinárias, que subíamos ao Corcovado pelo ar, que dançávamos na Lua, ou então que os anjos vinham perguntar-nos pelos nomes, a fim de os dar a outros anjos que acabavam de nascer. Em todos esses sonhos andávamos unidinhos. Os que eu tinha com ela não eram assim […].

Pádua, pai de Capitu, sobre a filha (CAP. XVI):
Quem dirá que esta pequena tem quatorze anos? Parece dezessete.

Bentinho, falando para Capitu, que D. Glória insiste em mandá-lo ao seminário (CAP. XIX):
[…] Capitu queria saber que notícia era a que me afligia tanto. Quando lhe disse o que era, fez-se cor de cera.
Mas eu não quero, acudi logo, não quero entrar em seminários; não entro, é escusado teimarem comigo; não entro.
Capitu, a princípio, não disse nada.

[…] Enfim, tornou a si, mas tinha a cara lívida, e rompeu nestas palavras furiosas:
Beata! carola! papa-missas!
Fiquei aturdido. Capitu gostava tanto de minha mãe, e minha mãe dela, que eu não podia entender tamanha explosão.

[…] Quis defendê-la, mas Capitu não me deixou, continuou a chamar-lhe beata e carola, em voz tão alta que tive medo fosse ouvida dos pais. Nunca a vi tão irritada como então; parecia disposta a dizer tudo a todos. Cerrava os dentes, abanava a cabeça... Eu, assustado, não sabia que fizesse; repetia os juramentos, prometia ir naquela mesma noite declarar em casa que, por nada neste mundo, entraria no seminário.

[…] confessou que certamente não era por mal que minha mãe me queria fazer padre; era a promessa antiga, que ela, temente a Deus, não podia deixar de cumprir. Fiquei tão satisfeito de ver que assim espontaneamente reparava as injúrias que lhe saíram do peito, pouco antes, que peguei da mão dela e apertei-a muito. Capitu deixou-se ir, rindo […].

José Dias, para Bentinho, sobre Capitu (CAP. XXII):
[…] A gente Pádua não é de todo má. Capitu, apesar daqueles olhos que o Diabo lhe deu... Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada.

Capitu e Bentinho depois do primeiro beijo (CAP. XXXIV):
Ouvimos passos no corredor; era D. Fortunata. Capitu compôs-se depressa, tão depressa que, quando a mãe apontou à porta, ela abanava a cabeça e ria. [...]
Mamãe, olhe como este senhor cabeleireiro me penteou; pediu-me para acabar o penteado, e fez isto. Veja que tranças!


Bentinho, recordando o beijo (CAP. XXXIV):
Corri ao meu quarto, peguei dos livros, mas não passei à sala da lição; sentei-me na cama, recordando o penteado e o resto. […]
Sou homem!

Capitu e Bentinho juram que irão se casar um com o outro (CAP. XLVIII):
Ainda que você case com outra, cumprirei o meu juramento, não casando nunca.
Que eu case com outra?
Tudo pode ser, Bentinho. Você pode achar outra moça que lhe queira, apaixonar-se por ela e casar. Quem sou eu para você lembrar-se de mim nessa ocasião?
Mas eu também juro! Juro, Capitu, juro por Deus Nosso Senhor que só me casarei com você. Basta isto?
Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais. Sim, você jura... Mas juremos por outro modo; juremos que nos havemos de casar um com outro, haja o que houver.

Bentinho vai para o seminário (CAP. LI):
Meses depois fui para o seminário de São José. Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva.

Bentinho conhece Escobar no seminário (CAP. LVII):
Chamava-se Ezequiel de Sousa Escobar. Era um rapaz esbelto, olhos claros […].
Era mais velho que eu três anos, filho de um advogado de Curitiba […]

Escobar veio abrindo a alma toda, desde a porta da rua até ao fundo do quintal. […]
Não sei o que era a minha. Eu não era ainda casmurro […] mas como as portas não tinham chaves nem fechaduras, bastava empurrá-las, e Escobar empurrou-as e entrou. Cá o achei dentro, cá ficou, até que...

Bentinho tem uma crise de ciúmes de Capitu (CAP. LXXIII):
Assim se explicam a minha estada debaixo da janela de Capitu e a passagem de um cavaleiro, um dandi, como então dizíamos. Montava um belo cavalo alazão, firme na sela, rédea na mão esquerda, a direita à cinta, botas de verniz, figura e postura esbelta […].

Ora, o dandi do cavalo baio não passou como os outros […]. O cavaleiro não se contentou de ir andando, mas voltou a cabeça para o nosso lado, o lado de Capitu, e olhou para Capitu, e Capitu para ele; o cavalo andava, a cabeça do homem deixava-se ir voltando para trás. Tal foi o segundo dente de ciúme que me mordeu. Vão lá raciocinar com um coração de brasa, como era o meu! Nem disse nada a Capitu; saí da rua à pressa [...].

Depois de sair do seminário, Bentinho se forma em Direito (passam-se cinco anos) (CAP. XCVIII):
Passei os dezoito anos, os dezenove, os vinte, os vinte e um; aos vinte e dois era bacharel em Direito.
Tudo mudara em volta de mim. Minha mãe resolvera-se a envelhecer […].
Escobar começava a negociar em café […].
Ele casou, — adivinha com quem, — casou com a boa Sancha, a amiga de Capitu, quase irmã dela, tanto que alguma vez, escrevendo-me, chamava a esta a "sua cunhadinha".

O casamento de Bentinho e Capitu (CAP. CI):
[…] Casemo-nos. Foi em 1865, uma tarde de março, por sinal que chovia. Quando chegamos ao alto da Tijuca, onde era o nosso ninho de noivos, o céu recolheu a chuva e acendeu as estrelas […].

Bentinho sobre o casal Sancha e Escobar (CAP. CIV):
Sancha e Capitu continuavam depois de casadas a amizade da escola, Escobar e eu a do seminário.
Escobar e a mulher viviam felizes; tinham uma filhinha. Em tempo ouvi falar de uma aventura do marido, […] não sei que atriz ou bailarina, mas se foi certo, não deu escândalo.

Bentinho fala a Escobar sobre querer ser pai (CAP. CIV):
Como eu um dia dissesse a Escobar que lastimava não ter um filho, replicou-me:
Homem, deixa lá. Deus os dará quando quiser, e se não der nenhum é que os quer para si, e melhor será que fiquem no Céu.
Uma criança, um filho é o complemento natural da vida.
Virá, se for necessário.
Não vinha. Capitu pedia-o em suas orações, eu mais de uma vez dava por mim a rezar e a pedi-lo.

Bentinho sobre Capitu, depois do casamento (CAP. CV):
Embora gostasse de jóias, como as outras moças, não queria que eu lhe comprasse muitas nem caras. […]
De dançar gostava, e enfeitava-se com amor quando ia a um baile; os braços é que… Eram os mais belos da noite. [...]. Quando vi que os homens não se fartavam de olhar para eles, de os buscar, quase de os pedir, e que roçavam por eles as mangas pretas, fiquei vexado e aborrecido. Ao terceiro [baile] não fui, e aqui tive o apoio de Escobar […].
Sanchinha também não vai, ou irá de mangas compridas.

O nascimento de Ezequiel, filho de Bentinho e Capitu (CAP. CVIII):
A minha alegria quando ele nasceu, não sei dizê-la; nunca a tive igual, nem creio que a possa haver idêntica […].
As horas de maior encanto e mistério eram as de amamentação.

Bentinho descobre no menino Ezequiel o hábito de imitar as pessoas (CAP. CXII):
- […] Eu só lhe descubro um defeitozinho, gosta de imitar os outros.
Imitar como?
Imitar os gestos, os modos, as atitudes; imita prima Justina, imita José Dias; já lhe achei até um jeito dos pés de Escobar e dos olhos...

Bentinho fala sobre seu ciúme (CAP. CXIII):
Cheguei a ter ciúmes de tudo e de todos. Um vizinho, um par de valsa, qualquer homem, moço ou maduro, me enchia de terror ou desconfiança.
[…] Capitu era tudo e mais que tudo; não vivia nem trabalhava que não fosse pensando nela.

Bentinho vai sozinho ao teatro, pois Capitu estava doente. Volta para casa antes da peça terminar e encontra Escobar chegando à sua casa (CAP. CXIII):
[…] Saí, mas voltei no fim do primeiro ato. Encontrei Escobar à porta do corredor.
Vinha falar-te, disse-me ele.

Bentinho comenta sobre a frieza de D. Glória com Capitu e Ezequiel (CAP. CXV):
Disse-lhe que começava a achar minha mãe um tanto fria e arredia com ela. […]
Já disse a você o que é; coisas de sogra. Mamãezinha tem ciúmes de você […].
Mas eu tenho notado que já é fria também com Ezequiel. Quando ele vai comigo, mamãe não lhe faz as mesmas graças.

José Dias revela que D. Glória elogia Capitu (CAP. CXVI):
[…] quando D. Glória elogia a sua nora e comadre...
Então, mamãe?...
Perfeitamente!
Mas, por que é que não nos visita há tanto tempo?
Creio que tem andado mais achacada dos seus reumatismos […].

Capitu não gosta de José Dias referir-se a Ezequiel com a expressão bíblica “filho do homem” (CAP. CXVI):
- […] "Dize-me, filho do homem, onde estão os teus brinquedos?" "Queres comer doce, filho do homem?
Que filho do homem é esse? perguntou-lhe Capitu agastada.
São os modos de dizer da Bíblia.
Pois eu não gosto deles, replicou ela com aspereza.

José Dias pede que Ezequiel o imite, mostrando como ele, José Dias, anda. Capitu não gosta desse costume revelado pelo filho (CAP. CXVI):
Meu anjo, como é que eu ando na rua?
Não, atalhou Capitu; já lhe vou tirando esse costume de imitar os outros.
Mas tem muita graça; […]
Outro dia chegou a fazer um gesto de D. Glória, tão bem que ela lhe deu um beijo em paga. Vamos, como é que eu ando?
Não, Ezequiel, disse eu, mamãe não quer.

Bentinho relata Ezequiel imitando Escobar (CAP. CXVI):
Eu mesmo achava feio tal sestro. Alguns dos gestos já lhe iam ficando mais repetidos, como os das mãos e pés de Escobar; ultimamente, até apanhara o modo de voltar a cabeça deste, quando falava, e o de deixá-la cair, quando ria.

Capitu repreende Ezequiel pela mania de imitar as pessoas (CAP. CXVI):
Mas o menino era travesso, como o diabo; apenas começamos a falar de outra coisa, saltou ao meio da sala, dizendo a José Dias:
O senhor anda assim.
Não podemos deixar de rir, eu mais que ninguém. A primeira pessoa que fechou a cara, que o repreendeu e chamou a si foi Capitu.
Não quero isso, ouviu?

Na casa de Escobar, Bentinho narra jogo de sedução entre ele e Sancha, esposa de Escobar (CAP. CXVIII):
Sancha ergueu a cabeça e olhou para mim com tanto prazer que eu, graças às relações dela e Capitu, não se me daria beijá-la na testa. […]
Quando saímos, tornei a falar com os olhos à dona da casa. A mão dela apertou muito a minha, e demorou-se mais que de costume. […] Senti ainda os dedos de Sancha entre os meus, apertando uns aos outros. Foi um instante de vertigem e de pecado.
Ainda na mesma visita, Bentinho revela inveja dos braços de Escobar (CAP. CXVIII):
Apalpei-lhe os braços, como se fossem os de Sancha. Custa-me esta confissão, mas não posso suprimi-la; era jarretar a verdade. Não só os apalpei com essa ideia, mas ainda senti outra coisa; achei-os mais grossos e fortes que os meus, e tive-lhes inveja […].

Escobar morre afogado (CAP. CXXI):
[…] Ouvi passos precipitados na escada, a campainha soou, soaram palmas, […] acudiram todos, acudi eu mesmo. Era um escravo da casa de Sancha que me chamava:
Para ir lá... sinhô nadando, sinhô morrendo.
[…] Escobar meteu-se a nadar, como usava fazer, arriscou-se um pouco mais fora que de costume, apesar do mar bravio, foi enrolado e morreu. As canoas que acudiram mal puderam trazer-lhe o cadáver.

Bentinho sente ciúmes da forma como Capitu olha para Escobar no caixão (CAP. CXXIII):
[…] Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas…
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa […].
Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.

Bentinho ressalta ser cada vez mais evidente a semelhança física entre Ezequiel e Escobar (CAP. CXXXII):
Nem só os olhos, mas as restantes feições, a cara, o corpo, a pessoa inteira, iam-se apurando com o tempo.
Escobar vinha assim surgindo da sepultura […] para se sentar comigo à mesa, receber-me na escada, beijar-me no gabinete de manhã, ou pedir-me à noite a bênção do costume.
Quando nem mãe nem filho estavam comigo o meu desespero era grande, e eu jurava matá-los […].

Bentinho vai ao teatro assistir Otelo, peça de Shakespeare cujo tema é o ciúme (CAP. CXXXV):
De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, — um simples lenço!— e aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes, pois não me pude furtar à observação de que um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo.

Bentinho tenta o suicídio, quando chega Ezequiel (CAP. CXXXVI):
O meu plano foi esperar o café, dissolver nele a droga e ingeri-la. […] O copeiro trouxe o café. […] A mão tremeu-me ao abrir o papel em que trazia a droga embrulhada. Ainda assim tive ânimo de despejar a substância na xícara, e comecei a mexer o café […].

Bentinho quase envenena o pequeno Ezequiel (CAP. CXXXVII):
Inclinei-me e perguntei a Ezequiel se já tomara café.
Já, papai; vou à missa com mamãe.
Toma outra xícara, meia xícara só.
E papai?
Eu mando vir mais; anda, bebe!
Ezequiel abriu a boca.
Mas não sei que senti que me fez recuar. Pus a xícara em cima da mesa, e dei por mim a beijar doidamente a cabeça do menino.
Papai! papai! exclamava Ezequiel.
Não, não, eu não sou teu pai!

Bentinho diz a Capitu que Ezequiel não é seu filho (CAP. CXXXVIII):
Capitu recompôs-se; disse ao filho que se fosse embora, e pediu-me que lhe explicasse… […] Sem lhe contar o episódio do café, repeti-lhe as palavras do final do capítulo.
O quê? perguntou ela como se ouvira mal.
Que não é meu filho.

Que é que lhe deu agora tal convicção? Ande, Bentinho, fale! fale! Despeça-me daqui, mas diga tudo primeiro.
Há coisas que se não dizem.
Que se não dizem só metade; mas já que disse metade, diga tudo.

Pedi-lhe ainda uma vez que não teimasse.
Não, Bentinho, ou conte o resto, para que eu me defenda, se você acha que tenho defesa, ou peço-lhe desde já a nossa separação: não posso mais!
Não disse tudo; mas pude aludir aos amores de Escobar sem proferir-lhe o nome.
Pois até os defuntos! Nem os mortos escapam aos seus ciúmes!

Já rapaz e de luto pela morte de Capitu, Ezequiel volta ao Brasil para visitar o pai. Bentinho o acha parecidíssimo com Escobar (CAP. CXLV):
Ao entrar na sala, dei com um rapaz, […] era nem mais nem menos o meu antigo e jovem companheiro do seminário de São José, um pouco mais baixo, menos cheio de corpo e [...] o mesmo rosto do meu amigo. […] Era o próprio, o exato, o verdadeiro Escobar.
Contou-me a vida na Europa, os estudos […]. Não havendo remédio senão ficar com ele, fiz-me pai deveras. […] Ao cabo de seis meses, Ezequiel falou-me em uma viagem à Grécia, ao Egito, e à Palestina, viagem científica […].

A morte de Ezequiel (CAP. CXLVI):
Onze meses depois, Ezequiel morreu de uma febre tifóide, e foi enterrado nas imediações de Jerusalém, onde os dois amigos da universidade lhe levantaram um túmulo com esta inscrição, tirada do profeta Ezequiel, em grego: "Tu eras perfeito nos teus caminhos” [...].

Bentinho reafirma, no último capítulo, a convicção de que foi traído (CAP. CXLVII):
[…] Uma coisa fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me... A terra lhes seja leve!

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