quarta-feira, 8 de outubro de 2025

O que é um clássico

 


 

O que é um clássico?

 

Definir um “livro clássico” vai muito além de categorizá-lo como simplesmente “antigo” ou “famoso”. Um clássico é uma obra que transcende o tempo e o espaço, alcançando um estatuto de permanência e relevância universal. Não é um livro que nós simplesmente lemos; é um livro que nos lê, oferecendo novas camadas de significado a cada geração e a cada leitor.

O escritor italiano Italo Calvino, em seu ensaio Por que ler os clássicos?, oferece uma das melhores definições: “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.” Isto significa que suas verdades, suas questões sobre a condição humana, seus dilemas morais e estéticos permanecem atuais, dialogando constantemente com o presente.

Um dos maiores clássicos de todos os tempos é o livro Dom Quixote de La Mancha (1605), do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616). Por que Dom Quixote é um clássico? Considerado por muitos o primeiro romance moderno. A história do fidalgo que enlouquece lendo romances de cavalaria e sai pelo mundo como um cavaleiro andante é uma obra genial, tragicômica, que explora o conflito entre sonho e realidade, idealismo e pragmatismo. É o livro mais traduzido do mundo depois da Bíblia.

 

 

terça-feira, 7 de outubro de 2025

O Humanismo em Portugal e a genialidade de Gil Vicente

 


O Humanismo em Portugal e a genialidade de Gil Vicente

 

O Humanismo foi um período de transição cultural e intelectual que marcou a passagem da Idade Média para a Idade Moderna em Portugal, aproximadamente entre meados do século XV e a metade do século XVI. Este movimento, influenciado pelo Renascimento italiano, colocou o ser humano (o Homem) no centro das reflexões (antropocentrismo), substituindo gradualmente a visão teocêntrica medieval, onde Deus era a medida de todas as coisas.

Em Portugal, o Humanismo coincidiu com a época áurea dos Descobrimentos, um fator que moldou profundamente a sua expressão. A expansão marítima trouxe não apenas riquezas, mas também um contacto com novas culturas, povos e saberes, alargando os horizontes mentais dos portugueses. Este foi um tempo de efervescência, onde a fé religiosa convivia com um nascente espírito crítico e uma crescente valorização da razão e do conhecimento empírico.

 

Características do Humanismo português

 

> Valorização da língua vernácula: o português afirmou-se definitivamente como língua de cultura, rivalizando e até substituindo o latim em documentos oficiais e obras literárias. A publicação do “Cancioneiro Geral” de Garcia de Resende (1516) é um marco, compilando a poesia palaciana da época.

 

> Desenvolvimento da prosa: surgiram obras de historiografia, cartas e tratados que refletiam uma nova forma de observar e relatar o mundo. A “Crónica de D. João I” de Fernão Lopes, ainda no pré-humanismo, é um exemplo pioneiro de prosa objetiva e humanizada. Mais tarde, Damião de Góis tornou-se um dos grandes humanistas portugueses, com uma visão crítica e cosmopolita.

 

> Impressão e divulgação do saber: foi estabelecida a primeira impressora em Portugal, em 1487, por judeus expulsos de Espanha. Esta tecnologia foi crucial para a disseminação de ideias e a fixação dos textos em português.

 

> A erudição clássica: os estudiosos portugueses mergulharam nos autores clássicos gregos e romanos, buscando inspiração na sua filosofia, literatura e arte.

 

Gil Vicente:

o espelho da sociedade em transição

 

É no campo do teatro que o Humanismo português encontra a sua expressão mais popular, complexa e genial: Gil Vicente. Apelidado de “Pai do Teatro Português”, a sua obra é o reflexo mais fiel do Portugal do seu tempo, funcionando como um verdadeiro retrato social, moral e crítico da era dos descobrimentos.

Gil Vicente não foi apenas um entretedor da corte dos reis D. Manuel I e D. João III. Foi um agudo observador que usou o palco como um laboratório para dissecar a sociedade portuguesa em todas as suas camadas.

 

Principais características da sua obra

 

> A sátira social mordaz: Gil Vicente criticou impiedosamente os vícios e as hipocrisias de todas as classes sociais. Desde o clero corrupto e devasso (como o Frei da “Farsa de Inês Pereira”), passando pela nobreza ociosa e vazia, até a burguesia ascendente e ambiciosa, ninguém escapou à sua pena afiada.

 

> A representação do povo: pela primeira vez, personagens populares – como camponeses, sapateiros, ciganas e soldados – ganharam voz e protagonismo no palco, com diálogos repletos de expressões e sotaques regionais, captando a autenticidade da língua falada.

 

> A fusão do tradicional e do moderno: A sua obra é um amálgama única de elementos:

  → Medievais: A moralidade religiosa, a alegoria, o uso de autos (peças de temática sacra).

  → Renascentistas/Humanistas: O espírito crítico, a valorização do homem comum, a observação realista da sociedade, a influência de autores clássicos como Plauto.

 

> A Linguagem: A genialidade de Gil Vicente está na adequação da linguagem a cada personagem. Um fidalgo fala de forma artificial e afrancesada, enquanto um lavrador fala com rudeza e simplicidade. Esta característica faz das suas peças um documento inestimável sobre a língua portuguesa da época.

 

> A Visão crítica dos descobrimentos: em peças como o “Auto da Índia”, Gil Vicente aborda um tema novo: o impacto social da expansão. Mostra as mulheres que ficavam para trás, a corrupção, a desilusão e as mudanças nos costumes trazidas pelo contacto com o Oriente, oferecendo uma perspectiva que vai além do triunfalismo oficial.

 

Obras Principais: “Auto da Barca do Inferno”, “Farsa de Inês Pereira”, “Auto da Índia”, Auto da Alma, “O Velho da Horta”.

 

O Humanismo em Portugal foi, portanto, um período de abertura ao mundo e de questionamento. E Gil Vicente foi a sua voz mais poderosa e completa. Através do seu teatro, ele capturou o espírito de uma nação em profunda mudança, equilibrando-se entre a fé e a razão, a tradição e a modernidade. Mais do que um dramaturgo, foi um cronista do seu tempo, um moralista e um inovador que legou à posteridade um retrato imprescindível e vivo da sociedade portuguesa no alvorecer da Idade Moderna. A sua obra permanece não só como um marco fundador da literatura dramática em língua portuguesa, mas também como um testemunho eterno da complexidade humana.

 

domingo, 14 de setembro de 2025

Los arquitectos de la atención: cómo las redes sociales nos enganchan

 



Los arquitectos de la atención: cómo las redes sociales nos enganchan

 

Detrás del scroll infinito, las notificaciones intermitentes y la gratificación instantánea de las redes sociales existe un diseño meticuloso y calculado. Empresarios y programadores, armados con un profundo conocimiento de la psicología humana y la neurociencia, han construido mecanismos poderosos para capturar y retener nuestra atención, desarrollando lo que muchos expertos denominan una "dependencia conductual".

El objetivo central es claro: maximizar el tiempo que pasamos en la plataforma. Un usuario comprometido es un activo valioso, susceptible de ser monetizado a través de la publicidad dirigida. Para lograrlo, se emplean estrategias sofisticadas:

→ El refuerzo variable intermitente: inspirado en los trabajos de B. F. Skinner con palomas, este es el principio detrás de la "máquina tragamonedas" de las redes. No sabemos cuándo recibiremos un like, un comentario elogioso o un mensaje. Esta imprevisibilidad crea una expectativa constante, llevándonos a revisar la app una y otra vez en busca de esa pequeña dosis de dopamina (la recompensa).

→ El scroll infinito: la eliminación de puntos de parada naturales (como el final de una página) elimina la necesidad de tomar una decisión consciente para continuar. El contenido se carga automáticamente, facilitando un estado de navegación pasiva y casi hipnótica que puede devorar horas sin que nos demos cuenta.

→ Los sistemas de recompensa y validación: los "me gusta", los "compartidos", los seguidores y las "vistas" actúan como métricas de aprobación social. Nuestros cerebros aprenden a asociar la publicación de contenido con una validación externa, creando un ciclo de búsqueda de aprobación que refuerza el uso constante de la plataforma.

→ Los creadores de hábitos (hooks): El modelo "hook" (gancho) se basa en un ciclo de cuatro fases: gatillo (una notificación), acción (abrir la app para verla), recompensa variable (encontrar algo interesante) y inversión (comentar, seguir, que hace que volvamos). Cada ciclo consolida el hábito y profundiza la dependencia.

→ Los algoritmos de recomendación: diseñados para mostrarnos contenido que probablemente nos enganche, estos algoritmos crean burbujas de filtro y nos llevan por caminos de contenido cada vez más extremos o personalizados, haciendo que la plataforma sea percibida como irresistiblemente relevante.

 

En resumen, no se trata de una falta de voluntad individual, sino de un diseño intencionado que compite por un recurso finito: nuestro tiempo y atención.

 

¿Cómo usar las redes sociales sin alienarnos? (sí, es posible)

 

Sí, es posible mantener una relación más sana con estas herramientas, pero requiere conciencia y acción deliberada. La abstinencia total no es la única solución; la clave está en el uso consciente.

→ Desactiva las notificaciones no esenciales: rompe el primer eslabón de la cadena. Que la app no te interrumpa; decide tú cuándo entrar. Recupera el control de tu atención.

→ Establece límites de tiempo: usa las herramientas de bienestar digital de tu teléfono para definir un tiempo máximo de uso diario por app. Cuando suene la alarma, cierra la sesión.

→ Realiza una "dieta" informativa: curar tu propio feed es crucial. Deja de seguir cuentas que te hacen sentir mal, te envidian o no aportan valor. Sígue a aquellas que te inspiren, eduquen o genuinamente te entretengan.

→ Practica el "por qué" consciente: antes de abrir una app, pregúntate: "¿Para qué entro?" (ej. "para ver fotos de mi sobrino"). Si la respuesta es "por aburrimiento" o "por inercia", reconsidera la acción y haz otra cosa.

→ Designa zonas y momentos libres de teléfono: la cena, el dormitorio o las reuniones con amigos deben ser espacios sagrados. Carga el teléfono fuera de la habitación para evitar la tentación de la última revisión nocturna.

→ Reemplaza el hábito: cuando sientas el impulso de tomar el teléfono por aburrimiento, ten un libro a mano, ponte a escuchar un podcast o simplemente observa tu entorno por un minuto.

 

El poder no está en la plataforma, sino en nuestra capacidad para observar nuestros impulsos y elegir cómo responder a ellos. Las redes sociales son herramientas; decidir si nos controlan o las controlamos nosotros es un acto de autonomía personal en la era digital.

 

 

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

El futuro de la medicina: esperanzas y conquistas

 


El futuro de la medicina: esperanzas y conquistas

 

En las próximas décadas, la medicina experimentará transformaciones radicales. Los científicos desarrollarán vacunas personalizadas contra el cáncer que estimularán el sistema inmunitario para destruir tumores sin dañar células sanas. La genética jugará un papel crucial: los médicos corregirán enfermedades hereditarias mediante terapias génicas avanzadas, y la edición CRISPR permitirá prevenir dolencias antes del nacimiento.

La inteligencia artificial revolucionará el diagnóstico: algoritmos analizarán imágenes médicas con una precisión superior a la humana, y los robots asistirán en cirugías complejas con incisiones milimétricas. Además, la impresión 3D creará órganos biocompatibles a partir de células del paciente, lo que reducirá drásticamente las listas de espera para trasplantes.

En el campo neurológico, los investigadores lograrán tratar el alzhéimer y el párkinson con neuroprótesis que restaurarán memorias y funciones motoras. La nanotecnología administrará fármacos de forma dirigida dentro del cuerpo, y las pandemias se controlarán en tiempo récord gracias a plataformas globales de monitorización en tiempo real.

Sin duda, la medicina del futuro salvará millones de vidas, mejorará la calidad de vida de la humanidad y convertirá enfermedades hoy incurables en meros recuerdos históricos.

 

 

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Predicciones sinceras



Predicciones sinceras

 

Soy un estudiante de último año de bachillerato y, como todos a mi alrededor, me preguntan constantemente: “¿Qué vas a estudiar?”, “¿Qué te ves haciendo en diez años?”. Es fácil sentirse abrumado, pero después de pensarlo mucho, tengo algunas predicciones, no solo para mí, sino para el mundo que me tocará vivir. Y trato de ser lo más sincero posible.

Me visualizo terminando la universidad, habiendo encontrado una carrera que me apasione, quizás algo relacionado con la tecnología o la sostenibilidad. No creo que sea un camino recto; seguramente tropezaré, cambiaré de idea en alguna materia y tendré que aprender de mis errores. Pero tengo la profunda convicción de que, con esfuerzo, encontraré un trabajo que no solo me dé de comer, sino que me permita crear algo, aportar una pequeña solución a algún problema. Me veo viviendo en un departamento modesto pero con mucho estilo, rodeado de buenos amigos, tal vez con una mascota. Sueño con viajar, conocer otras culturas y seguir aprendiendo idiomas. Mi predicción más optimista es que lograré mantener la curiosidad y la capacidad de asombro que tengo hoy, sin importar cuántos años cumpla.

Sin embargo, cuando miro a mi alrededor, al mundo, mis predicciones se vuelven más realistas, incluso duras a veces. No creo que de aquí a veinte años hayamos solucionado todos los problemas. La desigualdad económica seguirá siendo una sombra enorme, una brecha que dividirá a la sociedad aún más si no actuamos con decisión. El cambio climático no va a desaparecer; lo vamos a sentir con más fuerza: veranos más calurosos, fenómenos meteorológicos más extremos y una lucha constante por recursos como el agua. La política seguirá siendo un campo de batalla polarizado, donde los discursos de odio y la desinformación encontrarán nuevos altavoces en tecnologías que aún ni imaginamos.

Pero también hay espacio para la esperanza. Mi predicción más importante es que nuestra generación, la que creció con noticias de crisis climática y pandemias, no tendrá el lujo de ignorar estos problemas. Seremos más pragmáticos, menos idealistas. La tecnología que hoy nos distrae, mañana la usaremos para organizarnos, para crear comunidades globales de apoyo y para desarrollar innovaciones que mitiguen el daño ambiental.

Al final, mi predicción más sincera es que el futuro no será ni utópico ni distópico. Será un lugar complicado, lleno de claroscuros, como lo es el presente. Mi optimismo personal no nace de la ignorancia, sino de la decisión consciente de trabajar dentro de ese mundo realista e imperfecto. No espero cambiar el mundo por completo, pero sí creo firmemente que puedo encontrar mi propio espacio dentro de él, aportar mi grano de arena y construir una vida que valga la pena vivir. Y eso, al final, es lo único que de verdad podemos predecir: nuestra propia actitud frente a lo que está por venir.

 


Juba, Pulga and AI ball



 

"Irregular" memes


 


 


 

 

 

 

A past that must never be repeated

 


A past that must never be repeated

 

History is a great teacher, but its lessons are often written in pain. The 20th century saw some of humanity's darkest moments. In times of war, millions of innocent people had their lives destroyed. They were victims of conflicts they did not create. Many went to battlefields never to return, while others knew the profound horror of losing everything—their homes, their families, and their hope.

These events show us the terrible cost of hatred, intolerance, and the failure to seek peace. We remember this past not to live in it, but to ensure it is never repeated. Unfortunately, some sad events cause us horror and embarrassment. It's shocking to learn, for example, that at this very moment, 246 journalists have been murdered by the Israeli army in the Gaza Strip, a number that represents more deaths than the combined total of seven other major conflicts: the American Civil War, World Wars I and II, and the wars in Syria, Vietnam, Yugoslavia, and Ukraine. Furthermore, 12,000 Palestinian children have been killed by the Israeli army since October 2023.

It is our collective duty to build a future where dialogue prevails over violence, and understanding triumphs over prejudice.

 

 

A glimpse into tomorrow

 

A glimpse into tomorrow

 

In the past, technological progress was often slow and isolated. But the future will be very different. Thanks to technology, our lives will become more connected and efficient than ever before.

In the coming years, technology will fundamentally change how we use our free time. We won’t just watch shows passively; we will immerse ourselves in interactive virtual worlds for entertainment and relaxation. Smart homes will manage routine chores, granting us more hours for hobbies and family. This shift will show us how technology helps people reclaim their time for what truly matters.


 

Furthermore, technology can bring happiness by solving critical global issues. Advanced medical tech will find cures for diseases that are incurable today, alleviating suffering worldwide. Agricultural innovations will create systems that produce more food with less waste, helping to end hunger. This makes us think about the profound positive impact innovation can have on human well-being.

Of course, this progress won’t be without its challenges. We will need to carefully discuss ethics and create new rules to ensure these powerful tools are used for good. However, if we guide it wisely, technology will not just be a tool for convenience; it will be a fundamental force in building a happier, healthier future for all.

 

 

What Will the Future Be Like?

 


What Will the Future Be Like?

Technology changes our lives every day. In the past, people wrote letters—now we send messages in seconds. Before, we used maps—now we use GPS. But what will the future be like?

In the Black Mirror episode "San Junipero," people can live forever in a digital world after they die. This makes us think: Will we live in virtual reality one day? Will robots be our friends? Will we travel to other planets?

The future can be exciting, but we must think carefully. Technology can help us, but it can also bring problems. What do you think the future will be like?

 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

In the future (II)

 


In the future (I)

 


Technology and human well-being: past, present, and future

 


Technology and human well-being: past, present, and future

 

In the past, life was very different. People had fewer medicines, worked harder, and had less free time. Today, thanks to technology, we have better healthcare, easier communication, and more comfort. For example, in the past, many diseases had no cure, but now we have vaccines and advanced treatments.

The Black Mirror episode "San Junipero" shows a possible future where technology helps people live forever in a digital world. This makes us think: how can technology improve our well-being even more? Maybe in the future, we will have virtual reality for education, robots to help the elderly, or even digital worlds where we can "live" after death.

But we must ask: What kind of future do we want? Technology can bring happiness, but we need to use it wisely. What do you think? How can technology make life better for everyone?

Let’s imagine a better future together!

 

 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Rutinas


 

Rutinas

 

La rutina del abuelo

 

Mi abuelo se despierta antes que el sol, siempre a las cinco de la mañana.

Desayuna pan con mantequilla como si fuera un banquete real.

Sale a caminar por el barrio saludando a todos como alcalde.

Vuelve con historias nuevas de vecinos que ni conozco.

Cenamos juntos, y mientras todos estamos cansados, él todavía canta.

Al final, se acuesta diciendo que mañana hará exactamente lo mismo.

 

El gato de la casa

 

Mi gato se despierta cuando escucha la cafetera, como si fuera humano.

Desayuna conmigo, aunque solo recibe leche.

Sale al patio como un rey conquistador.

Vuelve con cara de misterio, como si hubiera salvado al mundo.

Cenamos juntos, yo con pizza y él con croquetas.

Luego se acuesta en mi cama, ocupando más espacio que yo.

 

 

10 profesiones importantes en el mundo contemporáneo

 


10 profesiones importantes en el mundo contemporáneo

 

El mundo laboral actual está en constante evolución debido a los avances tecnológicos, científicos y sociales. A continuación, presentamos 10 profesiones clave en el siglo XXI, que ofrecen grandes oportunidades para los jóvenes:

> Ingeniero de Software – Desarrolla programas, aplicaciones y sistemas informáticos esenciales en la era digital.

> Científico de Datos – Analiza grandes volúmenes de datos para mejorar decisiones en negocios, salud y más.

> Especialista en Inteligencia Artificial (IA) – Crea sistemas que permiten a las máquinas aprender y resolver problemas complejos.

> Médico o Investigador Biomédico – Lidera avances en tratamientos y lucha contra enfermedades.

> Ingeniero en Energías Renovables – Impulsa soluciones sostenibles frente al cambio climático.

> Psicólogo – Promueve la salud mental y el bienestar emocional en una sociedad con crecientes desafíos.

> Diseñador de Experiencia de Usuario (UX) – Desarrolla interfaces intuitivas y atractivas para plataformas digitales.

> Especialista en Ciberseguridad – Protege datos críticos contra ciberataques en un mundo hiperconectado.

> Biólogo Ambiental – Investiga y preserva los ecosistemas para un futuro sostenible.

> Educador – Forma a las nuevas generaciones con herramientas innovadoras, adaptándose a los cambios sociales.

Bono: Psicoanalista

En un mundo acelerado y lleno de incertidumbre, el psicoanalista adquiere gran relevancia al explorar el inconsciente y ayudar a las personas a entender sus conflictos emocionales. A diferencia de la psicología tradicional, el psicoanálisis profundiza en las raíces de los traumas y patrones de comportamiento, ofreciendo una perspectiva única para el autoconocimiento y la sanación. Su enfoque es especialmente valioso en una época donde el estrés, la ansiedad y las relaciones humanas son desafíos constantes.

Estas profesiones no solo tienen alta demanda, sino que también contribuyen al progreso social. ¿Cuál te interesa más? ¡El futuro depende de tus elecciones!

 

Todas las profesiones son importantes

 


Todas las profesiones son importantes

En nuestra sociedad existen muchas profesiones diferentes, y cada una cumple un papel fundamental. Algunas personas tienden a valorar más aquellas profesiones que requieren muchos años de estudio, como la de médico, profesor, psicólogo o psicoanalista. Estas profesiones son, sin duda, esenciales para el desarrollo humano: el médico cuida de nuestra salud física, el psicólogo y el psicoanalista ayudan con la salud mental, y el profesor tiene la noble tarea de formar a las futuras generaciones.

Sin embargo, existe un gran equívoco cuando se considera que algunas profesiones son “menos importantes” que otras. Por ejemplo, el trabajo de un barrendero, de un albañil o de un recolector de basura, a menudo no recibe el respeto que merece. Pero ¿qué pasaría si estas personas dejaran de trabajar? Las calles estarían sucias, los edificios no existirían y nuestras ciudades no funcionarían.

Cada profesión tiene su dignidad y su importancia. No se trata solo del nivel de estudios o del salario que recibe una persona, sino del impacto que su trabajo tiene en la vida de los demás. Una sociedad justa es aquella que reconoce el valor de todas las profesiones y respeta a todas las personas que trabajan con responsabilidad y dedicación.

 

He just wanted to be cool: o present continuous no texto (2)


He just wanted to be cool

Characters:

    Mark: A dad who is trying to be cool.

    Chloe: His teenage daughter, who is deeply embarrassed.

(Mark is video-calling Chloe, who is at a shopping mall with her friends)

Mark: (Singing badly along to loud pop music) Chloe! Sweetie! Where are you?

Chloe: (Whispering, hiding behind a plant) Dad? Shhh! What’s going on? Why are you playing my playlist?

Mark: I'm trying to understand the youth! So, are you having fun with the other teenagers?

Chloe: (Her friends are giggling in the background) Dad, stop! You know this is so not cool!

Mark: Wait, is that Jason? Is he wearing a leather jacket? He's looking very rebellious! You need to be careful!

Chloe: Dad, he's buying a smoothie! Get out of there! You are literally spying on me through the security camera app, aren't you?

Mark: I'm just virtually accompanying you! I forgot how fun it is to be young! Is that Jessica? Why is she taking a selfie?

Chloe: (Panicked) Someone is coming! The security guard is walking this way! He's pointing at your screen! Abort mission!

Mark: I'm retreating! I'm retreating! Tell him I'm just a dad who is loving his daughter too much!

Chloe: (Sighs) I'm going home now. And I'm deleting your access to my cloud. Forever. 

I’m shaking here: o present continuous no texto

 


I’m shaking here

[Phone rings]

Suzy: Hello?

Bob: Suzy, you won’t believe what I’m seeing right now!

Suzy: What, Bob? What’s going on?

Bob: There’s a guy running down the street with a chainsaw! He’s chasing a group of teenagers!

Suzy: WHAT?! Where are you?! Call the police!

Bob: Wait, calm down… now they just went into an abandoned house in the middle of nowhere…

Suzy: That’s insane! Get out of there, Bob!

Bob: No time! Look, one of them just opened a door… and there was a clown with a horrible mask inside!

Suzy: Oh my God! Bob, you’re gonna die!

Bob: Worse! They split up! You know when the group splits up, it always ends badly!

Suzy: Bob, FOR GOD’S SAKE, jump out the window!

Bob: I can’t… the window’s locked… with chains! Now the lights are flickering… someone’s about to scream…

[A scream in the background]

Suzy: I’m shaking here! Where are you, what street is this?!

Bob: Calm down, calm down… breathe. Now the villain is coming closer… walking really slow…

Suzy: BOB! TELL ME YOUR LOCATION NOW!

Bob: …

Suzy: Hello?!

Bob: Oh, Suzy… sorry. I forgot to mention: I’m watching a horror movie on TV.

Suzy: …Are you kidding me?!

Bob (laughing): Relax, I just didn’t want to change the channel and miss the best part.

Suzy: Bob… you need therapy.

 

 

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Un día diferente en la ciudad

 


Un día diferente en la ciudad

 

Era temprano cuando Sofía salió de su casa. El tráfico ya estaba pesado, y aunque la librería no quedaba lejos, decidió caminar despacio por las calles de la ciudad. Ese día era el cumpleaños de su abuela, y quería encontrar un buen libro para regalarle.

Primero, pasó por la heladería donde trabajaba su amiga Clara. “¿Tan temprano?”, preguntó Clara, sorprendida. “Voy a la librería. Hoy es el cumpleaños de mi abuela”, respondió Sofía con una sonrisa.

Cerca de allí, una antigua fábrica abandonada parecía observar el paso del tiempo. Siempre que pasaba por ese lugar, Sofía pensaba en cómo la ciudad cambia, aunque a veces parece que todo sigue igual.

Al llegar a la librería, buscó un libro sobre historias de mujeres que cambiaron el mundo. “Quizás esto le guste”, pensó, mientras hojeaba uno con fotos antiguas y frases inspiradoras.

Con el libro en la mano, decidió pasar por la panadería. El aroma del pan recién horneado le recordó su infancia. Compró unos dulces que su abuela adoraba y, con todo listo, bajó al metro.

En el vagón, nadie hablaba. Todos estaban con sus teléfonos, perdidos en sus propios mundos. Sofía observaba los rostros con curiosidad, preguntándose cuántas historias se escondían detrás de cada mirada.

Salió del metro cerca del cine. Recordó entonces cómo su abuela la llevaba allí cuando era niña. “No hay que olvidar lo que nos hace felices”, pensó.

Finalmente, llegó a la plaza. Allí, bajo un árbol, su abuela la esperaba con su bastón y su eterna sonrisa. “Feliz cumpleaños”, dijo Sofía, entregándole el libro y los dulces. Hablaron largo rato sobre la ciudad, los prejuicios que aún existían y la importancia de cambiarlos, de ver a los otros con empatía.

Ese día, aunque lleno de lugares comunes, fue un viaje extraordinario. Porque a veces, en lo cotidiano, se esconden las verdaderas aventuras.

 

 

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Rebuilders of tomorrow: how young minds are redefining work

 


Rebuilders of tomorrow: how young minds are redefining work

 

Unlike past generations, today's youth know that being an engineer or epidemiologist means more than just technical skills — it’s about rebuilding a better world. Many people once thought these professions were only for men, but young women are now leading innovations in these fields.

Some felt afraid of automation, fearing it would leave them with nothing. Yet, the 21st century proved them wrong. The pandemic showed how crucial epidemiologists were, while engineers developed solutions to rebuild cities and economies. What seemed impossible became reality through their commitment.

Young professionals want more than stability — they hope for careers with purpose. Unlike their parents, they believe success isn’t just about money, but about creation and inclusion. The future belongs to those who dare to unlearn outdated ideas and embrace transformation.

 

 

El color del apellido


 
El color del apellido

 

Mi nombre es Thiago, tengo diecinueve años, soy brasileño y vengo de una familia mestiza. Mi madre es hispanohablante, nacida en Colombia; mi padre es un hombre afrodescendiente, fuerte y sabio. Nosotros —mi hermano menor y yo— crecimos en un barrio donde los prejuicios no eran invisibles. Al contrario, estaban presentes en cada mirada, en cada “usted no puede entrar aquí”, en cada pregunta malintencionada como: “¿Ese es su apellido verdadero?”

 

A veces, mi hermano y yo intentábamos hacer bromas para aliviar el dolor. Elle decía: “Si vamos a ser juzgados por nuestro color, que sea por el color de nuestras ideas.” Y tenía razón. Pero la verdad es que muchas personas todavía ven el tono de piel antes que el contenido de un libro o el alma de una chica.

 

Una vez, en la escuela, una profesora preguntó: “¿Qué tal si todos escriben sobre sus orígenes?” Cuando le entregué mi texto, ella me miró, dudó y dijo: “¿Usted escribió esto solo?” Respondí con un simple “gracias” y regresé a mi asiento en silencio. Ese día entendí que el racismo no siempre grita, a veces susurra.

 

Ahora, mientras escribo este relato, siento que la búsqueda por respeto continúa. No solo por mí, sino por elles, ellas, nosotros, por cada chico que camina con dignidad a pesar del desprecio. Mañana, cocinaré algo especial con mi madre mientras vemos una película que nos recuerde que resistir también es hablar. Hasta luego. Esta es mi invitación: no juzgue por el nombre ni por el color, sino por la historia.

 

 

Hermanas del alma: entre lágrimas y abrazos

 


Hermanas del alma: entre lágrimas y abrazos

 

Sofía: (con voz temblorosa) Valeria… me siento tan perdida últimamente.

Valeria: (acercándose y abrazándola) Cuéntame, hermana. Aquí estoy para ti.

Sofía: (sollozando) Tengo miedo de no ser suficiente… en el trabajo, en mi relación…

Valeria: (firme, pero dulce) No estás sola. Todos pasamos por eso. Eres más fuerte de lo que crees.

Sofía: (sorbiendo, con una sonrisa débil) Gracias… solo necesitaba que alguien me lo recordara.

Valeria: (riendo suavemente) ¿Recuerdas cuando yo era la que lloraba y tú me levantabas? La vida es así: hoy por ti, mañana por mí.

Sofía: (apretando su mano) Me alivia saber que puedo contar contigo.

Valeria: (con determinación) Vamos a superar esto juntas. ¡Y mañana, helado y pelis para celebrar tu valentía!

Sofía: (riendo, con lágrimas en los ojos) ¡Eres mi hermana del alma!

 

5 Tips to deal with online harassment and protect your well-being

 


5 Tips to deal with online harassment and protect your well-being

 

Tip 1 → Share your feelings with trusted people – If something makes you sad or uncomfortable, talk to your parents, friends, or a counselor. Don’t keep it inside.

Tip 2 → Think before you respond – When facing harassment, take a moment to understand the situation. Avoid quick reactions that might escalate things.

Tip 3 → Write down and save evidence – If you see abusive messages, remember to screenshot or write details. This helps if you need to report it later.

Tip 4 → Protect your happiness – Smile and focus on positive choices. Don’t let toxic people control your emotions.

Tip 5 → Listen to advice, but trust yourself – Read helpful resources, but know that only you can decide what’s best for your safety and peace.

 

 

segunda-feira, 12 de maio de 2025

La ciudad que abraza: entre plazas y sueños urbanos

 


La ciudad que abraza: entre plazas y sueños urbanos

 

Una ciudad acogedora no está lejos; está cerca, en los detalles. Sus calles no son solo rutas de tráfico, sino espacios donde la cultura vive. Ayer, en la plaza llena de vida, un mariachi tocó para el cumpleaños de alguien, y nadie quiso irse temprano. El desarrollo urbano no es solo edificios altos, sino áreas verdes, parques donde caminar despacio, y bibliotecas que guardan la magia de cada generación.

Quizás el ayuntamiento no es perfecto, pero trabaja para cambiar el prejuicio de que lo simple no tiene valor. Los museos cuentan historias que no debemos olvidar, y el metro acerca a la gente sin prisas. Mañana, esta ciudad puede ser aún mejor si todavía creemos en su lugar como hogar.

 

Disponível em <https://cema-pioxii.blogspot.com/2025/05/la-ciudad-que-abraza-entre-plazas-y.html>. Acesso em 12 mai. 2025.

 

1. El texto trata principalmente de

a) cómo evitar los prejuicios en los museos.

b) la historia de los mariachis en las plazas urbanas.

c) los problemas del tráfico en las grandes ciudades.

d) las características de una ciudad acogedora y humana.

e) la importancia de los cumpleaños en la cultura urbana.

 

2. La idea principal que defiende el texto es:

a) Nadie usa las bibliotecas en las ciudades modernas.

b) El tráfico arruina la magia de las ciudades contemporáneas.

c) Para ser más alegres, las ciudades deben tener más mariachis.

d) Una ciudad acogedora combina desarrollo con espacios humanos y culturales.

d) El ayuntamiento es el único responsable del cambio urbano y del dessarrollo de la ciudad.

 

3. En el texto, la palabra “magia” (línea 5)

d) muestra que el desarrollo urbano es ilusorio.

a) sugiere que las ciudades son lugares ficticios.

c) indica que las bibliotecas tienen libros de hechizos.

e) critica la falta de realismo en la planificación urbana.

b) refuerza la idea de encanto y valor cultural en lo cotidiano.

 

domingo, 11 de maio de 2025

Youth in motion: dreams, challenges, and the dance of reality

 


Youth in motion: dreams, challenges, and the dance of reality

 

The youth is a time of discovery, fueled by curiosity and big dreams. For teens stepping into adulthood, the future shines with hope, friendship, and the pursuit of something meaningful.

Yet, the workplace presents a mix of learning and challenges, where personal and professional growth collide. Many young people crave independence, but the job market demands value, skills, and resilience.

A career is more than just a salary—it’s an opportunity to evolve, though the path can be difficult. Crafting a resume, facing a interview, or adapting to change can feel very stressful. Still, these struggles are essential steps toward shaping a life of purpose.

 

1) O tema central do texto é

a) o papel da amizade no sucesso profissional.

b) a história das transformações no ambiente de trabalho.

c) a importância de salários justos para jovens profissionais.

d) os desafios e aspirações dos jovens no mercado de trabalho.

e) os benefícios pessoais e profissionais de evitar situações estressantes.

 

2) O argumento principal do texto é:

a) Os jovens devem evitar carreiras difíceis.

b) A independência é muito importante para os adolescentes.

c) As entrevistas são desnecessárias para o sucesso profissional.

d) O mercado de trabalho deve ser encarado com a expectativa de se ganhar muito dinheiro.

e) A juventude é uma época de sonhos, mas o ambiente de trabalho apresenta desafios essenciais para o crescimento.

 

3) A expressão “very stressful”

a) minimiza a dificuldade de procurar emprego.

b) destaca a dificuldade de se conseguir um emprego.

c) enfatiza a pressão emocional que os jovens podem enfrentar.

d) sugere que todas as entrevistas são carregadas de expectativa e tensão.

e) indica que o estresse é uma característica exclusiva da realidade social dos adultos.

 

domingo, 6 de abril de 2025

Negrinho do Pastoreio (em cordel)

 


 

Um meninozinho preto

Que não tinha liberdade,

Que vivia numa fazenda

Sofrendo muita maldade:

Meu cordel vai falar dele

Pr’ocês e pra toda a cidade.

 

Quisera muito eu que isso

Não fosse verdade não,

Mas foi fato acontecido,

Não aqui no meu sertão,

Mas lá nos pampas gaúchos,

No sul da nossa nação.

 

Lá numa grande fazenda

Vivia, então, escravizado,

Um menino bem ativo,

Aos cavalos dedicado.

Tratava dos animais

Dum jeito que não era tratado.

 

Sim, amor demais ele dava

Para aqueles animais,

Mas nunca recebeu amor,

Nunca conheceu a paz,

Só trabalho - era sua vida,

Sem brinquedo ou amor dos pais.

 

Nesse tempos de escravismo,

Sendo uma criança escrava,

Você era, então, vendido

Seu “dono” lhe separava

Da família original,

De quem você mal lembrava.

 

Esse menino, então,

Numa fazenda foi morar.

Acordava muito cedo

E começava a trabalhar

Dando àqueles animais

Um afeto exemplar.

 

Mesmo assim, o fazendeiro

Nunca lhe tratou direito.

Por qualquer coisa o açoitava,

Num completo desrespeito.

Fingia não ver que o menino

Fazia um trabalho perfeito.

 

Os donos de escravos eram

Ruins, sádicos demais.

Pareciam se divertir

Com aqueles gemidos e ais

De muitos cuja liberdade

Não alcançaram jamais.

 

Foi um dia e o menino,

Que os cavalos pastorava,

Não viu que o preferido

Do dono se afastava:

É que o meninozinho

Muito cansado estava.

 

O capataz foi depressa

Falar para o fazendeiro

Que o seu bicho preferido,

O seu cavalo primeiro,

Estava perdido nos pampas,

Solto, sem paradeiro.

 

O fazendeiro mandou trazer

O negrinho do pastoreio

Pra “lhe dar uma lição,

Pra cuidar do bem alheio”.

O menino chegou e ele disse:

“Você vai fazer um passeio.”

 

Não, não era passeio,

Era um castigo traiçoeiro:

O menino, amarrado

Num enorme formigueiro,

Pra passar a noite toda

Torturado e prisioneiro.

 

Quando o dia amanheceu

O fazendeiro foi lá ver

O triste fim do menino

Que estaria a morrer.

Mas, para sua surpresa,

O que viu não pôde crer.

 

O negrinho do pastoreio

Já não estava lá só:

Montado num cavalo baio

E seis cavalos ao redor.

Nossa Senhora ao seu lado

Era a surpresa maior.

 

O fazendeiro, assustado,

Correu até o casarão.

E o Negrinho galopou

Dos Pampas até o sertão,

Passando a guiar pessoas

Fugidas da escravidão.

 

Animais que estão perdidos

Ele ajuda a encontrar.

E também os objetos

Que alguém está a procurar.

Os gaúchos inda hoje

Costumam vê-lo por lá.

 

Essa é só uma das tantas

Histórias da escravidão

Que aconteceram no Brasil

Do litoral ao sertão,

Dos Pampas ao Amazonas,

E em toda nossa nação.

 

É uma tristeza que um dia

Tanto mal tenha existido

Em nosso e em outros países,

Que pessoas tenham sofrido

Violências e abusos

E milhões tenham morrido.

 

Que essas memórias tristes

Ensinem uma grande verdade:

De não tratar nunca mais

Ninguém como propriedade

De qualquer outra que seja.

Viva, enfim, a liberdade.

 

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Why you should watch “Silver linings playbook”: a raw, funny, and moving masterpiece

 

 


If you love films that mix sharp humor with deep emotional truths, Silver Linings Playbook (2012) is a must-watch. Directed and written by David O. Russell, this Oscar-winning dramedy is a rollercoaster of love, mental health struggles, and family bonds — all delivered with an energetic pace that keeps you hooked.

 

Brilliant Direction & Screenplay

 

David O. Russell’s direction is chaotic yet controlled, mirroring the ups and downs of its characters. The screenplay is witty and fast-moving, avoiding clichés while making every conversation feel real. Like life itself, the film balances humor and pain effortlessly.

However, what makes it truly special is how it handles mental illness — not as a plot device, but as a real, messy part of human existence.

 

Unforgettable Performances

 

Bradley Cooper delivers a career-best performance as Pat Solatano, a man with bipolar disorder trying to rebuild his life. His intensity and vulnerability make Pat impossible to look away from.

 

Jennifer Lawrence (who won an Oscar for this role) plays Tiffany, a sharp-tongued widow battling depression. Her chemistry with Cooper is electric — if you love complex, flawed characters, you’ll adore them.

 

Robert de Niro steals scenes as Pat’s superstitious, football-obsessed father, adding humor and heart to the family dynamics.

 

Fast-paced & full of energy

 

Unlike slow-burning dramas, Silver Linings Playbook moves quickly — from explosive family fights to awkward, heartfelt moments. The film’s rhythm matches Pat’s manic energy, making it engaging from start to finish.

A Snapshot of American Culture

 

The film dives into U.S. culture in ways that feel authentic:

 

Football mania: Pat’s father believes the Philadelphia Eagles’ games dictate their family’s luck, like many real-life superstitious fans.

 

Small-town life: Neighbors gossip, everyone knows each other’s business, and local events (like the dance competition) bring people together.

 

The “self-improvement” mindset: Pat’s relentless optimism (“Excelsior!”) reflects the American belief in second chances — however, the film also shows how hard real change can be.

 

Mental Health Portrayed with Honesty

 

The movie doesn’t shy away from tough topics:

Bipolar disorder (Pat’s unpredictable highs and crushing lows).

Depression & grief (Tiffany’s self-destructive tendencies after losing her husband).

OCD & anxiety (Pat’s father’s rituals).

 

What makes it powerful is that it shows recovery isn’t about being “fixed” — it’s about learning to live with your struggles.

 

Memorable Lines from the Script

 

Pat: “I’m not going to be one of those zombies… I’m alive! I’m alive, and I know what’s real!”

 

Tiffany: “There will always be a part of me that’s dirty and sloppy, but I like that. Just like all the other parts of myself.”

 

Tiffany: “You think I'm crazier than you. You're afraid to be alive. You're afraid to live. You're a hypocrite. You're a conformist. You're a liar!”

 

Final verdict: a film that stays with you

 

Silver linings playbook is a rare gem — funny, heartbreaking, and uplifting all at once. If you want a movie that treats mental health with honesty while keeping you entertained, this is it.

 

Rating: (4.5/5)

 

Watch it for: The incredible acting, the sharp dialogue, and a story that finds hope in life’s chaos.

 

Have you seen Silver linings playbook? What did you think? Let me know in the comments!

 

 

domingo, 30 de março de 2025

Diferentes modos de ver o mundo, diferentes expressões verbais: variações linguísticas e diversidade cultural

 


A linguagem não é apenas um meio de comunicação, mas um reflexo da cultura, da história e da identidade de um povo. Cada comunidade desenvolve sua própria forma de expressão, moldada por suas vivências, valores e visões de mundo. No Brasil, um país marcado por profundas diversidades regionais e sociais, essa riqueza linguística se manifesta de maneira especial na literatura popular, na música e na poesia. Do sertão nordestino de Patativa do Assaré às ruas paulistanas retratadas por Adoniran Barbosa, as variações linguísticas revelam diferentes modos de existir e interpretar a realidade.

 1. A linguagem como espelho da cultura

 A língua não é um sistema homogêneo: ela se adapta ao contexto geográfico, social e histórico de seus falantes. Enquanto a norma culta segue regras padronizadas, as variações populares carregam em si a afetividade, a criatividade e a resistência de grupos muitas vezes marginalizados.

O linguista Mikhail Bakhtin já afirmava que a linguagem é um campo de disputa, onde diferentes vozes sociais se encontram e se confrontam. Assim, quando um poeta como Patativa do Assaré escreve "Eu sou de uma terra que o povo padece / Mas nem esmorece e procura vencer", ele não apenas descreve a realidade do sertanejo, mas também afirma uma identidade linguística que resiste à dominação cultural.

 2. Patativa do Assaré: A poesia do sertão na voz do povo

 Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, é um dos maiores representantes da poesia oral nordestina. Sua linguagem carrega o sotaque, o vocabulário e a sintaxe do sertão, revelando uma visão de mundo profundamente ligada à terra, à seca e à luta do homem do campo.

Em versos como:

"Meu verso rastero, singelo e sem graça / Não entra na praça, no rico salão / Meu verso só entra no campo e na roça / Nas pobre paioça, da serra ao sertão"

Patativa não apenas despreza os padrões literários elitistas, mas celebra a fala do povo, com suas particularidades fonéticas ("rastero" por rasteiro) e lexicais ("paioça" por palhoça). Sua poesia é um ato político, mostrando que a linguagem rural não é "errada", mas sim outra forma legítima de expressão.

 3. Adoniran Barbosa: O linguajar paulistano e a identidade urbana

Se Patativa representa o Nordeste rural, Adoniran Barbosa é a voz das ruas de São Paulo, captando o falar do imigrante, do operário e do malandro. Suas letras, cheias de erros propositais e coloquialismos, retratam a vida nas periferias com humor e melancolia.

Em "Saudosa Maloca", ele escreve:

"Foi aqui seu moço / Que eu, Mato Grosso e o Joca / Construimos nossa maloca / Mas um dia... / Nóis nem pode se alembrá / Veio os home com as ferramenta / O dono mandô derrubá"

Aqui, Adoniran emprega marcas do português não padrão ("nóis", "alembrá", "mandô") não por ignorância, mas para dar autenticidade à narrativa. Seu uso da linguagem aproxima a música da fala real dos personagens que retrata, tornando-a um documento afetivo da São Paulo dos anos 1950 e 1960.

4. Variação linguística e preconceito

Apesar de sua riqueza, as variedades linguísticas populares ainda sofrem discriminação. Muitas vezes, o sotaque nordestino, o dialeto caipira ou a fala das periferias são vistos como "errados" ou "inferiores". No entanto, tanto Patativa quanto Adoniran mostram que essas formas de expressão são carregadas de significado e resistência.

Como dizia o próprio Patativa:

"O analfabeto também tem seu valor / Se não escreve, ele fala com fervor"

Ou seja, a linguagem não precisa seguir normas rígidas para ser poderosa. Ela é, antes de tudo, um instrumento de afirmação humana.

Conclusão: A beleza na diversidade das palavras

Patativa do Assaré e Adoniran Barbosa, cada um a seu modo, provam que a língua é viva e plural. Seus trabalhos celebram a fala do povo, mostrando que não há um único modo "correto" de se expressar, mas múltiplas possibilidades, cada uma com sua história e sua poesia.

Num país como o Brasil, onde tantas realidades coexistem, reconhecer o valor das variações linguísticas é também reconhecer a dignidade de quem as utiliza. Afinal, como diria Adoniran:

"O trem não espera por ninguém, mas a gente espera pelo trem."

E nessa espera, cada um fala do seu jeito – e é justamente isso que torna a linguagem tão fascinante.